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Um terço dos paulistanos não percebe pessoas com deficiência

Um terço dos paulistanos não percebe pessoas com deficiência
Renato Barbosa
dez. 8 - 4 min de leitura
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Segundo estudo da Rede Nossa São Paulo, grupo relata problemas de acessibilidade nos transportes públicos, ruas e calçadas da cidade

Muitos paulistanos costumam, por hábito, consultar a internet para chegar a um determinado destino na cidade. A estudante de design Natalia de Oliveira Hipolito, de 21 anos, é obrigada a pesquisar o trajeto na internet, pelo menos, duas vezes antes de sair. A primeira para conhecer o caminho previamente. A segunda para verificar se o local que pretende chegar tem buracos e problemas nas calçadas. "Esse é o principal motivo que me impede de chegar aos lugares sozinhas."

Quando se arrisca pelos trajetos não são poucos os obstáculos que enfrenta. "Às vezes tenho que ir pelo meio da rua ou esperar até que alguém me ajude." Isso porque Natalia é cadeirante e, segundo uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (4) pela Rede Nossa São Paulo, não é notada por um terço dos paulistanos em espaços públicos.

O estudo aponta que pessoas com deficiência não são percebidas por uma parte da população da cidade especialmente em espaços como o transporte público. Essa parcela, segundo o levantamento, é percebida pelos paulistanos majoritariamente em espaços de saúde, como postos e hospitais.

A pesquisa mostra também que a maior dificuldade relatada por pessoas com deficiência no que diz respeito à acessibilidade em São Paulo são os buracos e problemas, como a falta de guias de acesso, em calçadas. Na pesquisa, 57% dos entrevistados afirma que considera ruim ou péssima a acessibilidade em ruas e calçadas. Segundo o estudo, meios de transporte como trens e metrô são descritos como mais acessíveis.

Rotina de obstáculos

Natalia quase não tem horários livres durante o dia. Acorda cedo para trabalhar em Santo Amaro e no Paraíso, do estágio segue para casa, na zona norte, e de lá vai para a faculdade. Hoje, a estudante utiliza vans adequadas para pessoas com deficiência da Prefeitura e do Governo do Estado. Mas quando não consegue utilizar os veículos apropriados o trajeto é repleto de intercorrências.

Há duas semanas, ela não conseguiu fazer o caminho que faria normalmente pela estação Tucuruvi do metrô. "Na hora em que fui descer, o elevador estava quebrado. Um funcionário me aconselhou a retornar três estações para ficar próxima do elevador estava funcionando", diz. O problema é que, como a grande maioria dos paulistanos, Natália também tem horários para cumprir. "Nesse dia, tinha de estar em casa às 18h30 para ir à faculdade. Cheguei somente às 19h, minha sorte foi que mandei mensagem para o transporte me esperar e deu certo", relata.

De acordo com a pesquisa da Rede Nossa São Paulo, 15% da população paulistana tem algum tipo, convive no dia a dia ou tem relação com pessoas com deficiência. Já os demais 84% não possui ou não convive com essa parcela. "Foi possível perceber que o preconceito em relação às pessoas com deficiência vem, em grande parte, de quem não tem convívio com o grupo. Quem vive de forma mais próxima tem o olhar humanizado", afirmou Américo Sampaio, gestor de projetos do Nossa São Paulo.

O estudo, segundo Sampaio, joga luz sobre a invisibilidade desse grupo e sobre a precarização do acesso a determinados espaços. "O transporte público é o local onde existe mais contato", diz ele. Ao mesmo tempo, a pesquisa revela que 33% dos paulistanos tem contato com pessoas com deficiência apenas em espaços de saúde. "Em espaços positivos, elas não são vistas", afirma Sampaio.

Fonte: noticias.r7.com

 


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