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Pé torto Congênito

Pé torto Congênito
Guilherme Maretti
nov. 2 - 3 min de leitura
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O Pé Torto Congênito é uma das deformidades congênitas dos membros inferiores mais comuns. 
Com incidência de 1 caso a cada 1000 nascidos vivos, predomina no sexo masculino na proporção de 2:1. Pode ser bilateral em 50% dos casos.
Hoje vou falar do Pé Torto Congênito Idiopático, ou seja, sem causa conhecida.

 



O médico especialista deve diferenciar a má-formação idiopática dos pés tortos relacionados à outras doenças (Pés Teratológicos) ou apenas Posturais (aqueles que são normais porém parecem tortos devido  compressão intra-útero).

O pé torto congênito idiopático também apresenta 10% de incidência junto à outras mal-formações (Displasia do Desenvolvimento dos Quadris e Torcicolo Congênito são as mais comuns).
Os pés apresentam 5 deformidades básicas: Cavo, Varo, Adução, Pronação e Equino.

O tratamento do Pé Torto Congênito deve ser iniciado o mais rápido possível, entre 7-10 dias após o nascimento. Entretanto o tratamento é possível mesmo em crianças mais velhas. A técnica de tratamento mais aceita e eficaz atualmente em todo o mundo é a Técnica de Ponseti.

O tratamento é simples, de baixo custo e com pouco sofrimento aos familiares e, principalmente aos pacientes. Porém requer treinamento e dedicação de todos os envolvidos. Sim, temos que, em todas as visitas, treinar e educar os pais.

O tratamento consiste em correção gradativa e suave dos pés através de troca de gessos semanais. Cada gesso tem o seu propósito e forma de confecção. A média fica em torno de 8 trocas de gessos.


Mesmo Ponseti refere-se que, em alguns casos, todas as deformidades são passíveis de correção apenas com os gessos; habitualmente o Equino do retropé apresenta necessidade de correção cirúrgica através de tenotomia do tendão de Aquiles (hoje em dia feita até de forma percutânea). Cirurgia de mínimo porte, rápida e, praticamente, indolor.

Após o procedimento de tenotomia é realizada a colocação do último gesso. O paciente permanece com esse gesso por 3 semanas.
Por fim, retira-se o gesso e inicia-se o uso da Órtese. A mais conhecida e usada é a Órtese de Denis-Brownie. Os pés corrigidos devem ficar com rotação externa de 70º. 

Inicialmente utiliza-se a órtese por 23 horas/dia seguidas pelo período de 3 meses. Após esse período, a órtese deve ser utilizada por, no mínimo, 14 horas diárias até a idade de 4 anos. Esse longo período de utilização da órtese é um pouco assustador no início, mas devemos sempre lembrar aos pais que os pés tortos tem efeito memória e as recidivas precisam ser evitadas a todo custo!


O objetivo do tratamento não é a CURA. NÃO EXISTE CURA PARA PÉS TORTOS CONGÊNITOS. 
O objetivo é conseguir a correção total de todas as deformidades. Atingir pés plantígrados (que pisam com a sola no chão), flexíveis e livres de dor.
CONSEGUIR COM QUE PACIENTE PORTADOR DA MAL-FORMAÇÃO VIVA UMA VIDA NORMAL, QUE NEM SE LEMBRE QUE TEVE O PROBLEMA.

PARA ISSO É PRECISO CORAGEM! 

Obrigado, 

Dr. Guilherme Maretti
Ortopedia Pediátrica
 


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