Olá, pessoal! Novembro é um mês dedicado a conscientização sobre a prematuridade. São considerados bebês prematuros aqueles que nascem antes de 37ª semana de gestação e prematuros extremos os nascidos antes das 28 semanas de gestação.
Antes do meu filho nascer com 25 semanas de gestação e pesando apenas 770 gramas, menos que um saco de açúcar, eu não imaginava que "nascer antes do tempo" poderia ser algo tão grave. Na verdade, eu nunca tinha pensado sobre o assunto. Para mim, e acredito que para a maioria das pessoas, nascer prematuro era nascer antes do tempo, menor do que um bebê normal e ponto. Mas, vai muito além disso!
Eu tive uma gestação tranquila, apesar de ter tido um sangramento no início da gravidez. Tudo ía bem até que comecei a sentir um incômodo do lado direito da barriga. Uma dor que não parava e um mal estar que eu não sabia explicar muito bem o que era. Minha médica me pediu para ir até o consultório e quando me examinou disse que eu estava com contração.
A conduta foi me internar imediatamente para tentar reverter o quadro de parto prematuro. O consultório dela era bem perto de um hospital e já no pronto socorro comecei a tomar remédio na veia para inibir as contrações, mas a medicação parecia água porque as contrações não paravam e eu já estava aterrorizada com tudo aquilo. Embora não soubesse quão grave era um parto prematuro, sabia que aos seis meses não é hora de um bebê nascer.
A suspeita era apendicite. Eu só conseguia pensar como iriam operar meu abdômen comigo grávida. A todo tempo o medo ía aumentando. Pediram uma ressonância magnética na tentativa de descobrir se era mesmo apendicite. Não se já fizeram esse exame, mas eles colocam a gente em uma máquina que parece um túnel bem estreito e que faz um barulho bem alto por conta do tipo de tecnologia usada.
Com seis meses de gestação o bebê já ouve barulhos fora da bariga e a cada "pééé" e "tóin" que a máquina fazia meu filho dava um pulo no útero. Eu senti exatamente a hora que ele virou na minha barriga e ficou na posição de nascer (encaixado). Resultado: não deu para ver nada no exame. O bebê estava na frente dos meus órgãos, claro. Sem saber muito o que estava acontecendo comigo, me mantiveram em observação e com o remédio para cessar as contrações que ainda não tinham parado totalmente.
A noite chegou, fui encaminhada para o quarto do hospital, as contrações diminuíram bastante e eu estava liberada apenas para ir ao banheiro e voltar para a cama. Eu estava confusa. Eram tantas emoções que eu não conseguia me expressar. Acho que fiquei sem reação, na verdade. Mas, achava que tudo daria certo, que as contrações cessariam e em pouco tempo eu poderia voltar para casa para seguir vida normal tomando alguns cuidados. Ah, ledo engano!
No dia seguinte, às 7h, minha bolsa estourou e minha vida mudou para sempre. (esse texto continua)