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O brincar como direito de aprendizagem

O brincar como direito de aprendizagem
Maria de Lourdes  de Moraes Pezzuol
jul. 17 - 5 min de leitura
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O Brasil não tinha até hoje um referencial nacional claro e obrigatório, no que diz respeito a explicitar o que é de direito aprender na escola. A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR  (BNCC)  é obrigatória e traz objetivos de aprendizagem para cada ano escolar, assim como estabelece objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para as diferentes faixas etárias e segmentos escolares.

A BNCC estabelece conhecimentos, competências e habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade básica. Orientada pelos princípios éticos, políticos e estéticos traçados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, a Base soma-se aos propósitos que direcionam a educação brasileira para a formação humana integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. (MEC,2019)

 A BNCC indica seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento para o segmento da Educação Infantil. São eles: conviver, brincar, participar, explorar, expressar, conhecer-se.

Precisamos dar importância a comunicação corporal, pelos gestos e movimentos que são orientados e desafiados pelo BRINCAR.

- BRINCAR como fonte de criação, inspiração, imaginação, de desejos, de desafios, de curiosidades e felicidade;

- BRINCAR com regras, sem regras, com vencedor ou não, de forma cooperativa, integrada;

- BRINCAR coordenado ou livre, espaços variados;

- BRINCAR para todos independente de suas limitações com respeito as diferenças.

Enquanto educadora sempre utilizei o brincar como motivação para despertar a aprendizagem dos alunos. Independente do ano escolar, das faixas etárias, das modalidades de disciplina ou das dificuldades e limitações de cada aluno. O brincar em formato de gincana temática interdisciplinar, o brincar como resgate cultural das brincadeiras antigas integrado com as famílias e comunidade escolar e na atualidade adaptando e mesclando os jogos digitais como recurso de aprendizagem que podem auxiliar como propostas criativas e emancipatórias.

Segundo pesquisadores, o ser humano nasce e cresce com a necessidade de brincar, sendo uma das atividades mais importantes na vida do indivíduo.  É uma atividade que faz parte do dia a dia, ela se transforma em um meio de comunicação e expressão, associando o pensamento e a ação. Por meio das brincadeiras, sabe-se que é possível trabalhar as potencialidades, limitações, habilidades sociais, afetivas, cognitivas e físicas.

BNCC é um grande avanço para a educação brasileira, pois abre oportunidades para uma educação mais inclusiva, que parta do olhar para o aluno e suas singularidades, valorizando suas potencialidades, não apenas identificando suas dificuldades e limitações. Ela amplia as possibilidades para que as escolas busquem novas alternativas para ensinar a todos. Sendo assim, dialoga com os princípios do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA), que são:

• Proporcionar diversos meios para a aprendizagem

• Proporcionar diferentes formas para expressão do que foi aprendido

• Manter a motivação e permanência dos estudantes

Desde pequena que as crianças precisam ser estimuladas ao brincar, devemos saber que ao brincar a criança desenvolve o exercício da fantasia e da imaginação, adquirindo, assim, experiências que irão contribuir para a vida adulta.

Brincar é coisa séria, também, porque na brincadeira não há trapaça, há sinceridade engajamento voluntário e doação. Brincando nos reequilibramos, reciclamos nossas emoções e nossa necessidade de conhecer e reinventar. E tudo isso desenvolvendo atenção, concentração e muitas habilidades. É brincando que acriança mergulha na vida, sentindo-a na dimensão de possibilidades. No espaço criado pelo brincar nessa aparente fantasia, acontece a expressão de uma realidade interior que pode estar bloqueada pela necessidade de ajustamento às expectativas sociais e familiares. (VIGOTSKY, 1994)

 O Desenho Universal para a Aprendizagem  (DUA) foi constituído com a necessidade de universalizar o acesso à educação para todos, assegurar que todas as pessoas – crianças, jovens e adultos – tenham oportunidades educativas que vão ao encontro das suas necessidades de aprendizagem e promover a equidade constituem preocupações fundamentais assinaladas na Conferência Mundial sobre Educação para Todos. (UNESCO, 1990)       

Sendo assim, o aprender integrado, alegre e motivador. Por meio do brincar é possível garantir esse aprendizado para que de fato aconteça a educação para todos. Não se trata apenas de adaptar o conteúdo curricular para os alunos da educação especial, pois o currículo corresponde ao conjunto de conteúdos que devem ser abordados pelos educadores em cada nível de ensino. Um currículo fundamentado na perspectiva inclusiva precisa estar alinhado com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e ser flexível, ao mesmo tempo, dialogar com as particularidades sociais, culturais, regionais e os diferentes modos de aprender de cada estudante.

Assim, enquanto famílias precisamos incentivar o brincar e a  escola precisa incluir currículos flexíveis e não diferenciados, fortalecidos pela BNCC. Com adequação de objetivos propostos na adoção de estratégias alternativas como o BRINCAR para TODOS.

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