Olá, pessoal.
Na semana passada foi publicada mais um texto meu na coluna Vida de Prematuro, da revista Crescer, na qual colaboro com alguns textos sobre a minha experiência como mãe de prematuros e terapeuta ocupacional. Diante dessa pandemia o tema não poderia ser outro que não o covid-19, o medo e o isolamento social. Convido vocês a lerem o texto e também a conhecerem a coluna.
Abaixo vou deixar alguns trechos e ao final o link direto para o texto. Até mais!
"Desde que minha filha, nascida de 23 semanas e 1 dia, foi liberada para conhecer o mundo, após adquirir a maturidade medular, mais imunidade para se proteger contar os famosos vírus respiratórios e melhor condição cardio-respiratória, aos 3 anos de idade, imaginava que nunca mais iria sentir essa angústia e medo que o isolamento social traz para pais de bebês de alto risco, diante das particularidades sociais que toda família de prematuro enfrenta no período de internação e pós alta hospitalar.
Nós, pais de prematuros, temos medo e muito medo de qualquer vírus, bactéria, fungo... esses germes podem matar os nossos filhos, diante das especificidades clínicas que a prematuridade impõe ao crescimento e desenvolvimento de todo prematuro, tanto a curto como a longo prazo.
E estamos vivenciando dias em que um vírus pode nos colocar em perigo e risco. Afirmo que chorei nos últimos dias... A sensação que tomou conta do meu coração foi a mesma de quando saí com os meus dois prematuros da UTI Neonatal, pronta para a guerra contra e todo e qualquer germe, com o objetivo maior de proteger a saúde dos meus bebês.
No meio do meu choro cheio de angústia, afinal tenho uma filha com broncodisplasia e um filho com características asmáticas – grupo de risco para o Covid-19 - veio à minha mente, o primeiro texto que escrevi em janeiro de 2013, quando Maitê Maria completava o seu primeiro mês em uma UTI Neonatal. Nesse texto eu tentava entender e dialogar o ¨para quê¨ dos acontecimentos em nossas vidas e não a compreensão do ¨por quê¨dos mesmos.
(...)
Os bebês de alto risco nos ensinam todos os dias que o mais importante é termos uma existência, permeada por afeto, carinho, respeito, fé, esperança, força e superação. Os prematuros nos ensinam todos os dias que a ciência ganha força quando o afeto e a humanização são colocados em prática em nossas UTIs Neonatais.
Os nossos guerreiros nos ensinam a cada instante, que o impossível para a ciência, pode ser possível para um Deus, para uma força bem maior. Os nossos bebês nos ensinam que a simplicidade da vida pode ser superior a tudo. Eles nos ensinam o valor de um toque, de um olhar, de um sorriso, de um gesto de amor e de acolhimento. Parece que a vivência em uma UTI Neonatal diante do extremo sofrimento de nós pais, nos faz refletir sobre o "para quê", verdadeiramente, fomos criados como uma espécie humana"
Link para o texto completo: https://glo.bo/33H4Dpm