O tratamento de Pé Torto Congênito (PTC) inclui o uso de órtese por 23h na primeira etapa do Método Ponseti, e a retirada apenas na hora do banho. Depois, conforme orientação médica, deve ser usada por 14h ou menos, na segunda fase do tratamento. Na fase das 23h, se o paciente ainda for bebê, vai bater constantemente com o dispositivo nas grades do berço durante o sono. É normal! O berço pode ficar destruído, mas a órtese se manterá intacta, pois o material é resistente.
Quando a criança passar a usar o dispositivo por 14h, estará, possivelmente, começando a se movimentar mais, a engatinhar e explorar ambientes da casa. Chega o momento de começar a limpar a órtese. É isso mesmo! A órtese do (a) seu (sua) filho (a) precisa ser higienizada com frequência.
Imagina a criança engatinhando pela casa durante algum tempo, usando o dispositivo, e depois dormir no berço ou na cama com lençol limpo e cheiroso? Não é uma combinação muito legal, certo? Ainda mais em tempos de tantas medidas preventivas contra a Covid-19, doença respiratória causada pelo novo coronavírus.
Para limpar a órtese é fácil e simples: utilize um pano limpo, álcool 70% ou sabão de coco líquido (que também é ótimo para remover a sujeira e fica um cheirinho bem agradável). Deixe o dispositivo em local arejado, se possível, próximo à luz solar por alguns minutos após a higienização. Isso eliminará o odor do produto de limpeza e o suor da criança, que pode transpirar bastante em função do uso das meias.
Todo esse cuidado na limpeza da órtese pode ser feito sem molhar ou danificar a palmilha. Outra dica é retirar os cadarços e lavá-los sempre que achar necessário. Retire a proteção da barra, caso você use alguma e limpe, se achar necessário, cada parafuso e dobra da barra.
No caso da órtese do meu filho, não retiro a palmilha porque ela é fixada à bota. Mais um motivo por que evito molhar na hora da higienização.
A frequência dessa limpeza deve ser feita sempre que achar necessário. Se a criança usa somente para dormir, como no caso do meu filho, faço a higienização a cada três dias, mantendo o dispositivo em local arejado diariamente.
Uso de meias
Desde a primeira órtese do meu filho, aos dois meses de vida, ele usa o dispositivo com meias. A princípio, usava modelos sem costura e um pouco mais grossas que as comuns. Depois, adotei modelos comuns por perceber que, apesar de os modelos mais grossos protegerem mais a pele da criança, meu filho transpirava bastante. No verão, eu cortava as pontas para deixar os dedinhos de fora e ele não ficar tão incomodado. Atualmente, ele usa modelos comuns, lisas e sem costura nas laterais ou desenhos. As trocas das meias são diárias.
Manutenção
O tempo de uso também pode desgastar as fivelas e alargar os furinhos a ponto de um furo ocupar o espaço do outro. Na hora de colocar o dispositivo na criança, isso pode comprometer o posicionamento. Verifique se a fivela está bem afixada durante a colocação. Caso esteja desgastada, procure um local que realize a troca dessa fivela.
A fivela afrouxada pode prejudicar o posicionamento do pé e, consequentemente, comprometer o tratamento pelo uso incorreto do dispositivo.
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Martim está em tratamento pelo Método Ponseti e usa a órtese para dormir.