O ano era 2017, fomos assistir ao espetáculo "Se fosse fácil, não teria graça", monólogo encenado por Nando Bolognesi. Ao final da peça, depois de me emocionar bastante na plateia, bexigas foram distribuídas e voltamos pra casa.
Na correria, não me alimentei direito e estava me sentindo estranha. O teatro Tucarena, para quem não conhece, fica no alto da Monte Alegre (rua da PUC), aqui em São Paulo. Descemos caminhando até a estação Barra Funda do metrô, quando, ao atravessar a avenida, resolvemos parar e soltar as bexigas. Antes, combinamos de cada um fazer um pedido, sem revelar um ao outro.
Não deveria ser um pedido simples nem poderiam ser bens materiais.
Olhei pro céu e pedi com a alma. Queria ter a oportunidade de ser mãe. Não tinha a menor ideia do poder desse pedido.
A bexiga subiu, subiu e sumiu no céu.
Já dentro do metrô me senti mal. Minha pressão caiu e alguém cedeu o lugar. O Doji, meu marido, arriscou dizer: "já imaginou se estiver grávida?". O universo não poderia brincar assim e ser tão eficiente no meu pedido, imagina. Ele estava viajando igual à bexiga no céu. #sqn
Voltamos pra casa.
Dias depois, mais precisamente, no dia 02 de agosto de 2017, aniversário do Doji, fiz o teste e o Martim já estava ali há algumas semanas.
Olhando essa foto hoje, depois de seis anos dessa história linda, percebo o quanto a vida dá sinais e te direciona no presente o que viverá no futuro.
A peça? Era sobre a deficiência de um cara incrível que descobre ter esclerose múltipla e não fazia ideia do que viveria nos anos seguintes. Deus é sábio: sempre existe uma razão para as coisas feitas pelo coração.
Registro deste dia tão simbólico pra nós. (Arquivo pessoal | Julho de 2017)
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