Não, na maioria dos casos não começa com homens que viram as costas e vão embora. Não em um primeiro momento. Começa com o abandono cruel do cuidado diário que se torna função exclusiva da mãe. Com a violência de não dividir as tarefas do filho, de não assumir a corresponsabilidade que lhe é inerente. Passa pelo abandono afetivo de crianças e esposa, manifesto em não se importar mais com o bem estar de todos, preferindo garantir sua própria felicidade.
Afinal, o importante não é ser feliz? Ainda que isso tenha como consequência a infelicidade de uma família inteira. Feliz, ainda que para isso o caminho seja negligenciar, abandonar, esquecer. Os fins justificando os meios.
Em tempos de modernidade líquida, o prazer e a satisfação passageiras são valores mais em voga que construir, ensinar e permanecer. E no fim, ainda conseguem atribuir a culpa à mãe que se "descuidou", se tornou "só mãe" e ficou doente, deprimida.
Os dados da pesquisa acima referenciada mostram o quanto machista (e doente) nossa sociedade é, que atribui tão profundamente o cuidado dos filhos à mulher e permite que os homens sequer sintam vergonha de abortar sem qualquer consequência, inclusive moral.
Casais com filhos com deficiências se divorciam muito mais que os outros. Os filhos, na esmagadora maioria das vezes, ficam com a mãe. Não, não somos nós, mulheres, que precisamos "cuidar do nosso casamento" pra evitar essa tragédia.
Somos nós, educadores, que devemos urgentemente dar valores aos nossos meninos para que eles se tornem homens. Porque babaca tem um monte, né!? .
Texto @meubebeeoautismo . (pesquisa de 2012 citada no livro "Mães Raras - essas mulheres fortes " de Désiree Novaes) .
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