Um computador e uma proposta pedagógica para trabalhar com figuras geométricas, foi assim que tudo começou em 2018. Uma atividade complementar que promovesse estímulos para criar e recriar desenhos digitais que pudessem fortalecer o aprendizado do aluno Jefferson Rodrigues do Espírito Santo Junior, de 14 anos.
Os desenhos encantam e fascinam a ele e a todos que veem. Os desenhos para o " Jeff", assim carinhosamente chamado, são "instrumentos mágicos" que auxiliam a desenvolver sua fala e a ampliar sua aprendizagem mesmo estando dentro do Transtorno do Espectro Autista, pois sua criatividade ajuda a liberar emoções e sentimentos importantes também para o seu desenvolvimento cognitivo.
A proposta incentiva o aluno a criar desenhos digitais a partir de suas inspirações, incentivando-o a brincar com as cores e formatos de acordo com o seu conhecimento de mundo. O Jefferson nos relatou que seus desenhos representam gigantes guerreiros. Cada um tem uma cor e o azul representa as nuvens, o amarelo os raios do sol e assim vai longe com sua imaginação.
No dia 2 de abril comemoramos o Dia Mundial de Conscientização do Autismo e consegui organizar uma exposição para prestigiar esse dia tão importante! Juntei os desenhos do Jefferson e as fotografias do Vinicius Melo, história que já contei para vocês aqui na Mundo Adaptado, em um evento no Ginásio Municipal durante a partida da final de basquete do time aqui de Mogi das Cruzes (SP). Além do público do jogo, professores, alunos e familiares foram prestigiar os trabalhos.
Com a repercussão do evento, Jefferson e sua mãe deram uma entrevista para o jornal e a TV local da cidade de Mogi das Cruzes. Durante a matéria ele fez uma revelação: ser um bombeiro. A declaração comoveu a corporação de bombeiros da cidade e resultou em um convite para Jefferson conhecer a corporação de perto.
Mas, o impacto dessa história, que começou em sala de aula, não terminou por aí. Ele se propôs a fazer um desenho, que virou um quadro, e batizou-o de "Bombeiro Gigante Guerreiro".
Atualmente, junto com a família, estamos editando os desenhos de " Jeff" em formato de postal, para que o aluno possa transformar seu dom criativo em uma arte empreendedora que o ajude a ter uma renda. Até o momento, Jefferson depende exclusivamente da família para manter seus cuidados básicos e tratamentos clínicos.
"Um menino sonhador!". É assim que Patrícia da Soledade Dias de Sousa, 36, define o filho Jefferson, diagnosticado aos quatro anos de idade com Transtorno do Espectro do Autista (TEA). Hoje, com 14 anos, ele já faz projeções para a vida adulta e diz que quer ter barba, um carro branco e uma tatuagem ao completar 18 anos, além de almejar ser bombeiro para salvar as pessoas e também os animais.
É com muito orgulho e gratidão que eu, professora da rede estadual de São Paulo, apresento mais uma história de vida de um aluno com TEA que é atendido em uma escola pública de Mogi das Cruzes. Espero inspirar e fortalecer outros profissionais que trabalham na rede!
Segundo Alex Bretas, talvez a gente consiga ultrapassar muros e explorar novos jeitos de absorver conceitos e ideias, tudo baseado em processos sem “cobranças formais”, onde o que vai dar gás pros seus estudos é a sua paixão, motivação e interesse pelos assuntos estudados.