Segundo estudos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC-USA), 1 a cada 59 crianças nascidas será diagnosticada dentro do espectro autista. Falando do nosso país, atualmente quase 2 milhões de brasileiros estão dentro do espectro.
Esses dados conseguem nos mostrar como os transtornos do espectro autista (TEA) são comuns. Por isso, é importante que a gente entenda um pouco melhor sobre o assunto. O conhecimento nos permite reconhecer, ajudar e principalmente, respeitar uma pessoa dentro do espectro.
Primeiramente, você sabe por que nós falamos em Transtorno do Espectro Autista ao invés de somente "autismo"?
A palavra espectro nos remete ao espectro de luz, já ouviu falar? A luz é uma energia que viaja por ondas, assim como as ondas do mar. Dependendo da velocidade e tamanho dessa onda nós vamos vê-la com uma cor diferente. No entanto, por mais diferentes que essas cores possam parecer, elas todas são parte da mesma luz.
Essa é a mesma ideia que vamos usar para falar sobre o espectro autista. Nós podemos encontrar várias manifestações ou cores diferentes, mas todas fazem parte do mesmo diagnóstico, da mesma luz.
Antigamente, o TEA era dividido em autismo, síndrome de Asperger, transtorno desintegrativo da infância e transtorno invasivo do desenvolvimento. Hoje o termo correto é somente TEA. Dependendo do grau, o diagnóstico pode ser feito desde o primeiro ano de vida.
Por ser um transtorno que envolve aspectos sociais, comunicativos e comportamentais, as principais características do indivíduo com TEA são dificuldades diversas na comunicação e interação social, além de alguns padrões repetitivos de comportamento. Além desses sintomas, podemos citar:
- dificuldade em iniciar ou participar de conversas;
- falas ou movimentos repetitivos;
- alinhar os brinquedos e não brincar da forma "correta" (brincar com um carrinho de ponta cabeça, por exemplo);
- ser inflexível com qualquer mudança na rotina e hábitos diários (roupas, comidas, organização do quarto);
- dificuldade para interpretar linguagem não verbal (gestos, expressões faciais);
- demonstrar muito interesse fixo por coisas não comuns (decorar trajetos de ônibus, anotar horários de voos, preocupação com aspirador de pó);
- reações aumentadas ou diminuídas a estímulos sensoriais (não reagir ao calor ou frio extremo, aversão extrema a cheiros);
- dificuldade em fazer amizades;
- autoagressão
O diagnóstico de TEA deve ser feito por um profissional especialista (psicólogos, pediatras, neurologistas) e por meio de uma avaliação clínica criteriosa. Normalmente são utilizados questionários e padrões internacionalmente conceituados de diagnóstico.
As opções para o tratamento serão indicadas pelo médico e podem incluir terapia comportamental, fonoterapia, terapia física/ocupacional e até mesmo alguns medicamentos. Tudo depende do paciente e de suas características/sintomas e das escolhas da família.
Quer conhecer um pouco mais sobre a realidade do transtorno do espectro autista? O Instituto Mauricio de Sousa criou tirinhas e uma série de animações com o personagem André, o amiguinho autista da Mônica. Se interessou? Assista a baixo o primeiro e veja os demais em seguida. São seis pequenos vídeos.
Próximo tema que vamos escrever: O que causa o transtorno do espectro autista? "Ah, e aquela história das vacinas causarem autismo? É isso mesmo?".
Ficou curioso para entender mais sobre o TEA e suas causas? Fica ligado na comunidade que vamos continuar conversando sobre o assunto. Espero você no próximo post!! E se você ficou com alguma dúvida específica, deixa nos comentários aqui em baixo!! :)