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Um olhar, um panetone, uma reflexão

Um olhar, um panetone, uma reflexão
Sonia Falcão
out. 5 - 3 min de leitura
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Uma criança com autismo estava comendo seu pedaço de panetone junto com seu grupinho numa escola de ensino regular.A inclusão estava sendo trabalhada naquele local. Num dia de supervisão com a equipe eu estava com meus olhos atentos no horário do lanche. Observava atentamente se meu anjo azul estava confortável no meio de seus amigos, se ele estava conseguindo manter o foco na alimentação apesar dos ruídos do ambiente, iluminação e outros estímulos. Graciosamente e muito de bem com o momento comia seu pedaço de panetone. Minha surpresa se deu quando observei uma outra criança que também saboreava o panetone esmigalhando e cortando em pedacinhos antes de colocar na boca.

Os farelos caíram no chão e fora da toalhinha da mesa. Uma graça, nada de errado para o momento, uma vez que pela idade saboreava também com o tato. A professora que estava acompanhando comentou comigo “Olha que graça como ela come, sempre que oferecemos bolo ou panetone, ela corta em pedacinhos antes de comer e faz essa bagunça”

Deu risada, achando natural e divertido.

Então perguntei à ela: E se fosse o “meu anjo azul” o que você faria?

 Ela me olhou com uma cara de interrogação e disse: “AH Sonia, para! Já percebendo um toque na cura.

E perguntei: Qual seria seu sentimento ao vê-lo esmigalhando o lanche? E ela muito sem graça me falou que não acharia certo e que mostraria a ele como se deve comer um pedaço de panetone.

Gente isso é maravilhoso viver, presenciar e poder falar no momento em que as coisas acontecem. Qual a diferença? Quem é o diferente? Por que algumas crianças podem brincar e experimentar a comida na hora em que está comendo e ganhar um olhar meigo e afirmativo. E por que outros recebem o mesmo olhar mas com reprovação?

 Nossas crianças antes do autismo também são crianças que exploram, curtem e nós como adultos não temos que ensinar sempre.

Às vezes observar e entender o que está acontecendo realmente. Por que as atitudes de apreciação, compreensão e aceitação mudam diante das crianças com necessidades especiais?

Nossas crianças não podem nem soltar um PUM que tem gente olhando, rs

As brincadeiras podem ser só brincadeiras e não comportamento inadequado.

EU FICO ATENTA E VOCÊ?

Sou Sonia Falcão,  Terapeuta Ocupacional.

Especialista en Saúde Mental da Criança e do Adolescente. Especilaista em crianças com Transtorno do Espectro do Autismo há mais de 30 anos. Uso abordagem responsiva, Interativa e Lúdica fundamentada por metodologias motivacionais com DIR Floortime e Son Rise.

O programa Realizza une conhecimentos da Terapia Ocupacional com a experiência acumulada durante anos de vivência com crianças, jovens e adultos com Deficiência Intelectual e Autismo. 

"Descubra os interesses da criança com autismo e se conecte com ela"



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