Uma das características mais relevantes das pessoas com TEA – Transtorno do Espectro do Autismo refere-se a dificuldade na cognição ou comunicação social. Isso faz com que a pessoa com TEA tenha um melhor ou pior nível de comunicação e interação social.
Entenda um pouco sobre os aspectos fundamentais da comunicação social:
- Atenção e Interesse Social: interesse pelos estímulos sociais, o que as outras pessoas estão fazendo.
- Atenção compartilhada: a criança consegue prestar atenção na outra pessoa e no objeto/recurso que está sendo apresentado (ocorrendo um triângulo de comunicação entre criança, terapeuta e objeto).
- Teoria da Mente ou tomada de perspectiva: dificuldade de se colocar no lugar do outro.
- Teoria da Coerência Central: capacidade de olhar o contexto e interpretar o todo. Por exemplo: se colocarmos uma criança com TEA na frente de uma geladeira aberta e cheia de itens como ovos, leite, alface, frutas e perguntarmos o que ela vê, ela vai responder que visualiza uma alface.
- Funções Executivas: Exemplo: o Controle inibitório, ou seja, a criança com TEA não respeita a fala do outro e interrompe.
Importante reforçar que no TEA os aspectos acima não ocorrem isoladamente, existe uma série de outros sintomas em conjunto. Precisamos considerar que existe a possibilidade de uma pessoa com TEA avançar para a redução do nível 3 - Severo para o nível 2 – Moderado ou nível 1 – Leve. Isso só será possível com as ferramentas específicas e com uma equipe multidisciplinar para suporte. Cada etapa de mapeamento e identificação do TEA precisa ser realizada adequadamente: Avaliação Inicial - Anamnese, Ação Terapêutica (Programa Terapêutico), Reavaliações Periódicas, Revisões Executivas e realistas para novas etapas, Critérios de Alta e por fim, a Alta, considerando sempre as particularidades de cada pessoa e o ambiente em que ela está inserida.
Avalie os marcos do desenvolvimento da sua criança, e preste atenção nos comportamentos que a criança não faz e que deveria fazer conforme o desenvolvimento de cada idade. Isso pode ficar mais difícil para os pais de 1ª viagem, pois não existe outra criança para referência/comparação. É claro que não podemos esquecer que o desenvolvimento de cada um é diferente, inclusive entre irmãos.
Se você percebe que algo no desenvolvimento da sua criança está diferente e que não deveria ser desta forma, não deixe de procurar apoio profissional o quanto antes para que uma avaliação seja efetuada. O diagnóstico inicial é muito importante para que ocorra um desenvolvimento efetivo e para que a criança com TEA consiga se comunicar (do jeitinho dela) e esteja inserida na sociedade.
O autismo é parte deste mundo, não um mundo à parte.
Abraços,
Daniele de Sá
Psicóloga | CRP 08/09791