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Síndrome de Down e alterações da bexiga

Síndrome de Down e alterações da bexiga
KAREN PREVIDI OLANDOSKI
abr. 22 - 4 min de leitura
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As pessoas com Síndrome de Down podem apresentar alterações em vários órgãos, sendo algumas mais graves e outras que praticamente passam despercebidas. Vários estudos mostram que as malformações no trato urinário são mais frequentes em portadores da síndrome do que na população geral e também acometem mais o sexo masculino. Entre as malformações do trato urinário mais comuns nas crianças com Síndrome de Down estão a hipospádia e a válvula de uretra posterior.

Essas duas condições são detectadas facilmente em exames físico e de imagem, como o ultrassom, por exemplo. Mas e quando existe somente uma alteração no funcionamento da bexiga e não na sua formação? Será que os pais conseguem identificar isso com facilidade?

Muitas vezes não e isso acontece por motivos variados. Dentre eles estão deficiência intelectual severa e com impacto na comunicação verbal, quando as crianças não conseguem se expressar claramente ou quando ainda usam fralda ou possuem condições de saúde que demandam muita atenção dos pais e cuidadores.

O funcionamento da bexiga pode ser alterado de forma mais leve ou ser tão grave a ponto de comprometer a função dos rins. Para entender como a função da bexiga pode interferir na saúde dos rins é importante saber como a urina é formada e como ela é eliminada pelo corpo. 

A urina é resultado da filtração do sangue pelos rins e é transportada para as bexiga por meio de canais chamados ureteres. Nesta fase de enchimento a bexiga precisa estar totalmente relaxada, sem pressão dentro dela, para que haja o armazenamento da urina. Já no momento em que a bexiga precisa ser esvaziada, ela deve ser capaz de fazer única força para eliminar o xixi e, ao mesmo tempo, os músculos da região do períneo (região entre os genitais e o ânus) precisam estar relaxados para liberar a passagem da urina. Qualquer alteração neste processo gera sinais e sintomas aos quais os pais devem ficar atentos:

- infecções urinárias;

- longos períodos sem urinar (o normal é urinar pelo menos 4 vezes ao dia);

- precisar fazer força para que o xixi saia;

- jato de xixi que apenas escorre ou que sai com muita força;

- perdas de urina que molham a roupa da criança que já tem controle do xixi.

Essas alterações são sinais de algo não está certo e de que pode estar acontecendo uma pressão muito alta dentro da bexiga. Ter uma pressão alta nesse órgão aumenta o risco de que a urina comece a retornar para os rins, o chamado refluxo vesico-esfincteriano, e essa situação é de extrema gravidade. Se associada a infecções urinárias pode "machucar" de forma definitiva os rins que aos poucos podem parar de funcionar.

Por isso, caso suspeite de mau funcionamento da bexiga, consulte um médico nefrologista para a criança, jovem ou adulto para que seja avaliado. Com  orientação e tratamento adequados muitas dessas situações podem ser resolvidas ou ao menos amenizadas. O objetivo principal é preservar a função dos rins e melhorar a qualidade de vida desses indivíduos.

Espero que tenham gostado da explicação. Deixem nos comentários outros temas referentes a nefrologia (ramo da clínica ou pediatria que se dedica ao estudo da fisiologia e das doenças dos rins) que gostariam de saber.

Até mais,

Dra Karen Previdi Olandoski.

Médica Nefrologista Pediátrica da Clinepe (Clínica de Nefrologia Pediátrica), médica assistente na área de Nefrologia Pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe e professora assistente do curso de Medicina da Universidade Positivo.


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