“Nada é permanente, exceto a mudança” é um pensamento do filósofo Heráclito de Éfeso. Assim o é conforme crescemos e nos conhecemos. E também quando nos envolvemos com alguém para dividir o tempo da vida. Os encontros desaguam em namoro e, depois, em compartilhar amanheceres e anoiteceres do futuro. O relacionamento surge e se transforma tão naturalmente quanto o passar das estações. E o nascimento de qualquer filho é um dos grandes marcos dessas mudanças.
Nessa época de isolamento social, de voltar-se para o lar, nossa relação como casal e como pai e mãe passará por mais alterações. Momento para refletir sobre si mesmo e como contribuir nessa dinâmica de troca que é ser uma família, um pai, um companheiro. Eu, como homem e pai de uma criança com deficiência, preciso dar cada vez menos voz às frustrações de minha paternidade para poder estender a mão à minha esposa. Para ser o amparo de seus desencantos.
Homem, se você se sente só e abandonado, tudo bem! Todos nós em alguns momentos nos sentimos assim. Mas saiba que talvez a mãe de seu filho tenha o mesmo incômodo no peito e esteja te esperando para juntos enfrentarem as adversidades, principalmente de uma parentalidade atípica.
Se eu preciso de espaço, minhas esposa também precisa. Se eu preciso de atenção e carinho, minha esposa também precisa. Se eu preciso de uma hora a mais de sono, minha esposa também precisa. Afinal, relacionamentos não são feitos de cabos-de-guerra, tampouco de ser carregado nos ombros. Mas sim de envolvimento, apoio, laços.
Então, você, homem pai de criança com deficiência, o que pode fazer para manter sua família flutuando nas ondas da vida? O que pode fazer para que essa quarentena, e também os dias comuns, sejam mais leves para todos?"