Quem sou eu?
Iniciei como neonatologista, na época inauguraram algumas
UTIS neonatais. Como aluna ainda, fui a São Paulo ter essa experiência e me apaixonei pelos bebês. No entanto, percebi que a luta
pela vida nesse período poderia acarretar problemas futuros no desenvolvimento
motor e cognitivo.
Não temos como avaliar totalmente o risco, somente o tempo
nos mostrará se houveram consequências no uso do respirador, oxigênio, icterícia
ou mesmo na resposta ao atendimento em sala de parto. Atualmente, a maioria das
maternidades contam com um pediatra de plantão. Não era a realidade. Assim
como, desestimular a realização de partos por não médicos ou domiciliar, pelo
risco do imprevisto, apesar de alguns países permitirem.
O pré natal é fundamental para prevenir diversas
intercorrências pós natais, principalmente, quando é classificada como gestação
de risco materna ou fetal, mesmo assim, não são isentos os riscos no decorrer da
gestação.
Os exames de rotina, assim como a ultrassonafia são
fundamentais para detectar problemas intra útero e não somente o sexo da
criança.
A mãe quando está grávida tem uma expectativa sobre aquele
bebê e um sonho arquitetado durante todos os meses, quando ocorre o inesperado pelos problemas acima citados ou má
formações ou doenças genéticas deixando sequelas, precisará haver uma
desconstrução dessa imagem e encaixar o quebra cabeça com as novas peças recebidas.
Antes de fazer medicina era voluntária no Pequeno Cotolengo
destinado a crianças especiais, o meu primeiro salário como médica destinei a
uma festa a essa entidade. E continuo prestando atendimento gratuito quando
solicitada.
Na minha área atendo crianças especiais, e sempre me
encantei com a afetividade delas. Mas, o meu maior exemplo é a resiliência das
mães. O universo é sábio e a grande maioria delas sempre teve um alicerce
familiar. E com belos parceiros(as).
É fundamental o acolhimento social. A necessidade de
inclusão em todos os locais, percebi essa diferença quando morei nos EUA: ir à
praia, Disney, escolas, hospitais. A população está inserida nesse contexto. Os
pais são os maiores benfeitores nessa situação.
Outro fator é a vulnerabilidade desse público quando está
febril, as infecções respiratórias e urinárias são prevalentes. Portanto, o
atendimento deve ser preventivo e quando instalado mais agressivo.
Enfim, é uma grande caminhada repleta de conhecimento e crescimento interno para todos os envolvidos.