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Projetos de Lei sobre Tratamento de Pé Torto aguardam aprovações pelo país

Projetos de Lei sobre Tratamento de Pé Torto aguardam aprovações pelo país
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abr. 18 - 7 min de leitura
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Diagnóstico precoce, programa de conscientização e encaminhamentos para tratamento são algumas das propostas que esperam maior agilidade para se tornarem políticas públicas

 

Receber o diagnóstico precoce de Pé Torto Congênito e iniciar o tratamento mais breve possível é o maior desejo de pais e famílias que possuem filhos que vão nascer ou nasceram com o Pé Torto Congênito no Brasil. Apesar de alguns projetos de lei  sobre o tema tramitarem em estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco e São Paulo, ainda não há uma política pública de atenção ao Pé Torto Congênito, nem o assunto consta em pautas de planejamento de secretarias de Saúde do país.

A cada ano no Brasil quatro mil crianças nascem com o Pé Torto Congênito, quando um ou dois pés crescem virado para dentro e para baixo. No mundo, são um a cada mil nascidos. “Muitas famílias precisam se deslocar para receber o tratamento adequado, por haver pouca oferta de centros de referência e médicos especializados no Método Ponseti”, ressalta Sandra Domingues, presidente da Associação Primeiro Passo, que atua na orientação às famílias de crianças que nascem com a deformidade e tem como missão diária a difusão da técnica para o tratamento.

Pensando na ampliação deste tratamento, médicos ortopedistas brasileiros da Ponseti Brasil, se uniram e criaram o Programa Erradicando o Pé Torto, que vem atuando desde 2016 no atendimento de crianças no Sistema Único de Saúde (SUS).  “Nosso objetivo é fazer com que as crianças que nascem com a deformidade possam ser atendidas precocemente na rede pública. A ampliação deste atendimento depende do número de clínicas de referência que atendem os casos, por isso o Programa Erradicando o Pé Torto é tão importante e precisa de apoio e parcerias para que seja ampliado”, reforça a médica ortopedista infantil, Monica Paschoal Nogueira, coordenadora do Programa Erradicando o Pé Torto no Brasil e membro da Ponseti Brasil.

Atualmente existem 80 centros de referência espalhados pelo Brasil, com médicos treinados no Programa para utilização do Método Ponseti, técnica recomendada para correção de Pé Torto, que consiste em várias etapas incluindo colocação de gessos, cirurgia e uso de órtese de abdução.

“Nós, em São Paulo, por estarmos na maior métropole brasileira, ainda vemos muitas mães e famílias com dificuldade de acesso ao tratamento de Pé Torto. Fico imaginando em regiões como a do Norte, Nordeste, que o acesso é mais difícil. Isso entristece. Se tivermos clínicas e médicos que atendam em cada região do país e nas cidades, com certeza, mudaremos o futuro de milhares de crianças que nascem todo ano no Brasil com Pé Torto. É uma realidade e uma demanda que necessita de apoio federal”, diz Franciela Fernandes, mãe de uma criança que nasceu com o pé torto esquerdo, voluntária na Associação Primeiro Passo e embaixadora da plataforma Mundo Adaptado, que conecta famílias de pessoas com deficência.


Tratamento

Há 20 anos atrás, quando ainda não existia o Método Ponseti, o tratamento para Pé Torto incluía longos períodos de gessos, geralmente ineficazes, e complexa cirurgia realizada apenas em centros terciários, com alto custo de internação e cirurgia, o que resultava em rigidez e alterações degenerativas a partir da terceira década de vida, conforme explica Monica Nogueira.

“Os pés operados têm piores resultados a longo prazo, com artrose e múltiplas outras cirurgias por pé. Os resultados do Método Ponseti são muito superiores, no sentido de ter pés mais funcionais, com mais flexibilidade e força, esteticamente muito próximos ao normal. Além disso, o Método pode ser considerado importante ferramenta em saúde pública, por simplificar a atenção e proporcionar tratamento eficaz e eficiente do pé torto, essa alteração ortopédica tão incapacitante”, afirma Monica Nogueira..

 

Conheça os Projetos de Lei em tramitação, arquivado e publicado

Mato Grosso | Projeto de Lei n° 167/2023aguarda retorno das Comissões de Saúde, Previdência e Assistência Social, sobre a realização de exame clínico e ortopédico para diagnóstico do Pé Torto Congênito em recém-nascidos, nas unidades hospitalares do Estado de Mato Grosso. O projeto é de autoria da deputada Janaina Riva.

São Paulo | Projeto 0654/2002 – projeto arquivado sobre a obrigatoriedade da adoção da "Técnica de Ponseti" para o tratamento do pé torto, em toda a rede pública de saúde. O projeto é de autoria do deputado Valdomiro Lopes (PSB).

Várzea Grande (MT) | Projeto de Lei 11/2023 – aprovado por vereadores, por unanimidade, mas aguarda sanção do prefeito Kalil Baracat (MDB), para implantação do programa permanente de conscientização e encaminhamento para tratamento de crianças com pé torto congênito por meio do método Ponseti. A proposta é de autoria do presidente da Casa de Leis, o vereador Pedro Paulo Tolares – Pedrinho (UB). 

Minas Gerais | Projeto de Lei 3843/2022 – aguarda retorno das Comisssões de Saúde, da Justiça, da Pessoa com Deficiência e de Fiscalização Financeira para realização de exame clínico/ortopédico e diagnóstico do Pé Torto Congênito (PTC) em recém-nascidos nas unidades hospitalares do Estado de Minas Gerais. A proposta é de autoria do deputado Charles Santos (Republicanos).  

Mato Grosso do Sul | Projeto de lei 9.541/19 – foi aprovado no legislativo municipal de Campo Grande, mas aguarda sanção do prefeito, para o Programa Permanente de Conscientização e Encaminhamento para Tratamento do Pé Torto Congênito. A proposta é de autoria do vereador Betinho e co-autoria do vereador Pastor Jeremias Flores (Avante).

Pernambuco | Projeto de Lei 14789/12 – Lei publicada, em vigor, no Estado de Pernambuco sobre o direito de uso de vagas reservadas de estacionamento para as pessoas com transtorno de Espectro Autista, Síndrome de Down, microcefalia, demais deficiências intelectuais ou múltiplas, e com pé torto congênito.

 

Abaixo-assinado

Além dos projetos de lei, a Associação Primeiro Passo está promovendo um abaixo-assinado com quase cinco mil assinaturas que será entregue ao Governo Federal para viabilizar a criação de clínicas de referência para tratamento de Pé Torto Congênito. “O objetivo é reunir o máximo de assinaturas e encaminhar ao Governo Federal e apontar a importância do projeto que irá beneficiar famílias que não têm condições de pagar pelo tratamento”, explica a presidente da Associação, Sandra Domingues.

Para saber mais e colaborar com o abaixo-assinado, acesse aqui.

 

 

 



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