Hoje, dia 10 de outubro de 2019, dia internacional da saúde mental, passei por uma grande provação, ajudei uma pessoa que estava em um estado crítico, totalmente desconstruída pelo sistema cheio de falhas em processos de apoio psiquiátricos e psicológicos, uma pessoa que foi agredida física, mentalmente e moralmente por um homem, esse homem encapuzado, disfarçado de cordeiro, que consegue induzir pessoas, pessoas com o coração bom, iscas fáceis para o seu processo de enganação, o típico sociopata que se movimenta entre a sociedade para atacar presas induzidas, fragilizadas e instigadas.
Abracei a causa para ajudar essa pessoa, não tinha nenhum vínculo, além de algumas horas de apoio e dicas, não sabia de todo ocorrido e de todo sofrimento que tinha passado, ao chegar no local para lhe prestar apoio, notei no seu semblante uma força, uma mulher que carregava um peso gigante sobre si, alguém que tinha passado por vários desafios, não eram desafios simples de vivencia diária, eram desafios de sobrevivência, uma luta contra o mal. Logo após entender todo ocorrido, não hesitei em levá-la a um psiquiatra conhecido, fizemos todo processo de apoio inicial, o psiquiatra, mesmo que novo, percebeu os traços de uma pessoa que tinha passado por várias dificuldades, transtornos e batalhas, lhe ajudou da melhor forma possível.
Não me sentido satisfeito convidei essa colega para tomar um Milk-shake e comer algo, notava que ela tinha dificuldades para engolir, estava com a face toda machucada, eu, mesmo sem conseguir demonstrar fragilidade para ela, internamente estava em prantos sentido tudo aquilo, sem conseguir entender como um homem seria capaz em machucar uma mulher, um ser totalmente delicado, sem estrutura compatível para uma disputa corporal.
Comecei a analisar todo processo, desde o B.O contra o agressor, processo de apoio pela parte da Delegada, a falta de amparo social e psicológico, era visível que o caos não era apenas esse homem encapuzado, esse homem que vive entre as pessoas, tinha mais amparo que a própria vítima por si só, típico de um criminoso que deveria ser internado para uma avaliação psiquiátrica, separado da sociedade, independente da vítima solicitar ou não que o agressor fosse preso.
Com o tempo senti a necessidade de ir além, entrando em contato com uma Psicóloga, amiga, consegui uma consulta de encaixe para lhe apoiar, notei que logo após a seção ela teve uma melhora, uma evolução gigante, aquela mulher forte do inicio do encontro estava se fortalecendo, consegui notar que caso o sistema funcionasse de verdade pessoas que tivessem sofrido algum tipo de agressão teriam um sofrimento minimizado, logicamente o sofrimento não seria eliminado, porém teria um amparo real que a mulher precisa. Lhe ajudei na compra de seus medicamentos, lhe sugeri algumas atividades, me coloquei a disposição para apoiá-la e lhe acompanhei até a sua casa, passando toda informação para sua família, gerando um grupo de contato para apoio.
*** Por motivos de sigilo ético é profissional não posso informar os nomes, muito menos sugerir algo sobre a pessoa, convido a todos a refletirem minha experiência de hoje. *** Caso presencie alguma agressão contra mulher, denuncie: 180.