Na minha rotina como fisioterapeuta tenho sempre um olhar para o paciente fora do ambiente clínico.
Durante as terapias estimulamos posturas, exercícios, atividades em pé... mas e depois?
Orientar a continuidade dos estímulos em todos os ambientes que a criança vive é essencial para que o aprendizado seja transferido para as atividades de vida diária.
Vamos fazer as contas - imaginando que a criança cadeirante faça terapias todos os dias, temos 1 hora de estímulo adequado nas posturas variadas fora da cadeira, em pé... Aí vão pra casa e.... ficam sentados, ou deitados, pelas 23 horas restantes do dia! A matemática não fecha nessa conta de receber estímulos "só" durante os momentos que estão com o fisioterapeuta.
O envolvimento dos familiares e acompanhantes no processo de estimulação é essencial para a continuidade dos estímulos e aprendizados adquiridos nas sessões de fisioterapia. Isso deve ser feito de forma rotineira - incluir na hora de assistir o desenho, que este momento a criança esteja no parapodium, ou na hora de ir pra cama aproveitar e brincar de rolar, estimulando a mobilidade e evitando contraturas, levar o andador para o parque, shopping, escola... Assim os estímulos são aos poucos inseridos fora do ambiente clínico, e a criança conseguirá assimilar melhor as posturas, além de evitar deformidades osteomusculares causadas pela postura sentada prolongada.
Consulte seu fisioterapeuta para juntos decidirem estratégias para estimular-brincar mais vezes durante o dia!
Rebeca Santos Rehder
Fisioterapeuta Diretora Clínica Espaço Sete
CREFITO 3/51938F