Na última terça-feira (17/3) a Organização das Nações Unidas (ONU) publicou um alerta mundial sobre o abandono e o risco de contaminação de pessoas com deficiência (PCDs) pelo coronavírus. Por conta da pandemia, muitos PCDs estão sem seus cuidadores e com dificuldade para realizar terapias e atividades diárias já que muitos precisam de auxílio para se alimentar, se vestir e se higienizar.
Pessoas que contam com cuidadores e fazem terapia com outros profissionais de saúde como fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e fonoaudióloga estão precisando se adaptar a nova restrição de circulação.
A relatora especial da ONU sobre os direitos das pessoas com deficiência, Catalina Devandas, afirma que “pouco foi feito para fornecer as orientações e apoios necessários às pessoas com deficiência para protegê-las durante a atual pandemia do COVID-19, apesar de muitas delas pertencerem ao grupo de alto risco. As pessoas com deficiência sentem que foram deixadas para trás. Medidas de contenção, como distanciamento social e isolamento pessoal, podem ser impossíveis para quem precisa de apoio para comer, se vestir ou tomar banho", explicou a especialista.
É preciso lembrar ainda que a maioria das pessoas com deficiência estão dentro do grupo de risco para o coronavírus já que possuem, muitas vezes, comorbidades associadas a deficiência como, por exemplo, baixa no sistema imunológico e fragilidade ou menor capacidade pulmonar. Por isso, as empresas que puderem devem dar permissão para os PCDs trabalharem de casa ou receber uma licença remunerada para garantir a manutenção de sua renda e a compra de alimentos, remédios e o pagamentos de tratamentos.
A relatora também apontou a gravidade da situação das pessoas com deficiência que estão em instituições e estabelecimentos psiquiátricos com alto risco de contaminação por falta ou carência de supervisão externa.
Outros cuidados
Na medida do possível, evite sair da residência com a PCD, restrinja visitas, não compartilhe talhares e copos. Infectologistas alertam que cuidadores e familiares devem redobrar a atenção com relação à limpeza das próprias mãos e roupas antes de ficar próximo de pessoas com deficiência.
Não alterem horários ou dosagens de medicações sem prescrição médica. Isso pode evitar que o quadro geral de saúde da PCD se altere em um momento tão complicado da saúde nacional.
Evite ao máximo se deslocar para prontos-socorros. Procure hospitais apenas em situações de emergência, no caso de febre ou complicação no quadro de saúde da PCD.
Texto com informações do jornal Estado de São Paulo e ONU