Há 40 anos, quando nascia uma criança prematura e de baixo peso, ela era imediatamente separada de sua mãe e levada para a UTI Neonatal onde ficava isolada até a sua alta. A preocupação central era evitar infecções! Porém, em 1979, em Bogotá (Colômbia), os médicos descobriram que o efeito da presença e a proximidade das mães com os bebês provocavam efeitos muito positivos sobre o quadro clínico deles.
Por conta da posição em que mãe e bebê ficam durante a técnica, que mais parece um abraço gosto, ela foi batizada de Método Canguru. O bebê, normalmente prematuro, é colocado na posição vertical em contato pele a pele com o colo (peito) de sua mãe ou de seu pai ficando ali "aninhado", sentindo o calor da pele e a respiração do adulto, tendo sensação de proteção e recebendo muito amor e carinho. Não é que as incubadoras e cuidados sejam substituídos, mas a técnica humanizada funciona como um complemento importante no tratamento.
Nos casos menos graves, o bebê pode ficar nessa posição pelo tempo que os familiares se sentirem confortáveis. Porém, nos casos mais complexos o tempo é controlado pela equipe médica da UTI Neonatal de acordo com o quadro clínico da criança.
Com os anos as pesquisas mostraram inúmero benefícios do Método Canguru, dentre eles estão:
– favorecimento do vínculo mãe- filho;
– diminuição do tempo de separação mãe-filho;
– forte estímulo ao aleitamento materno;
– favorecimento de um melhor desenvolvimento neurocomportamental e psico-afetivo do recém-nascido de baixo peso;
– favorecimento da estimulação sensorial adequada do recém-nascido;
– redução do estresse e da dor do recém-nascido de baixo peso.
Além disso, os estudos mostram que o Método Canguru ajuda o recém nascido a regular a temperatura do corpo e a ganhar peso mais rapidamente. Quem é mãe de bebê de baixo peso sabe o quanto cada grama é comemorada!
No site do Ministério da Saúde é possível ver que o Método Canguru é adotado como Política Pública de Saúde e utilizado no Sistema Único de Saúde (SUS). Essa norma foi atualizada pela Portaria GM/MS nº 1.683 de 12 de julho de 2007 e define o método canguru como um modelo de assistência perinatal voltado para o cuidado humanizado.