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Fogos de artifício: o espetáculo compensa os danos à saúde?

Fogos de artifício: o espetáculo compensa os danos à saúde?
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jan. 2 - 5 min de leitura
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queima de fogos de artifício é tradição em muitos países. Apesar de ser apreciado por muitas pessoas, já sabemosos que os fogos de artifício podem causar danos irreversíveis aos animais, às pessoas e ao ambiente, podendo ser entendida não apenas como uma forma de poluição atmosférica, mas também como poluição sonora.

O que é Poluição Sonora?

É quando o som altera a condição normal de audição em um determinado ambiente, podendo causar danos à saúde das pessoas e animais, alterando a sua qualidade de vida e já é considerada um problema de saúde pública mundial.

Com a passagem das festas de final de ano, mais uma vez o tema “Fogos de Artifício” tomou proporções.

Segundo  dados do Ministério da Saúde, mais de 7 mil pessoas sofreram lesões decorrentes do uso de fogos de artifício no período de 2007 a 2017; sendo 70% queimaduras; 20% lesões com lacerações e cortes; e 10% amputações de membros superiores, lesões de córnea, lesão auditiva e perda de visão e de audição. No mesmo período, foram registradas 96 mortes em todo o Brasil.

Quais os riscos da Poluição Sonora?

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a poluição sonora de 50 dB (decíbeis) já prejudica a comunicação e, a partir de 55 dB, pode causar estresse e outros efeitos negativos. A poluição sonora pode atingir não apenas seres humanos, mas também os animais. Os principais problemas causados em decorrência do barulho de fogos de artifício são reações comportamentais como estresse, ansiedade, fuga, convulsões. Há casos que se resolvem apenas com o uso de sedativos ou podem culminar em danos físicos e até morte.

Alguns efeitos negativos da poluição sonora para os seres humanos são:

  • Estresse;
  • Depressão;
  • Insônia;
  • Agressividade;
  • Perda de atenção;
  • Perda de memória;
  • Dor de cabeça;
  • Cansaço;
  • Gastrite;
  • Queda de rendimento no trabalho;
  • Zumbido;
  • Perda de audição temporária ou permanente;
  • Surdez.

Em função da hipersensibilidade sensorial, pessoas com autismo, paralisia cerebral e epilepsia, tem maiores reações aos estímulos do ambiente, pois tendem a escutar todos os sons de uma única vez. Esta simultaneidade pode ocasionar sobrecarga à audição e desdobrar as crises por dias consecutivos posteriores à queima de fogos, uma vez que ocorre uma desordem cerebral, além da possibilidade de afetar sentidos como tato, paladar e visão.

Quem sofre de Transtorno de Ansiedade e Pânico, Síndrome de Down, idosos e pessoas com alguma dificuldade para ter o controle de suas emoções, também podem sentir desconforto extremo perante a exposição a barulhos.

Os fogos ainda podem ser um incômodo para aqueles que sofrem de transtornos como a Ligirofobia, que consiste no medo extremo, e muitas vezes irracional, de barulhos muito altos, estridentes e repentinos. Pessoas com ligirofobia, quando ouvem um som com as características de fogos de artifício, desenvolvem uma resposta imediata à ansiedade que pode levar a um ataque de pânico. Nas crianças, a ansiedade pode se manifestar através do choro, birra ou imobilidade, por exemplo.

Pessoas que vivem ou desenvolver a ligirofobia tendem a experimentar as festas com muito medo, pois assimilam as festas aos fogos de artifício ou foguetes.

Segundo o site SINDIEMG , espetáculos pirotécnicos ditos como “silenciosos” são exibições que normalmente fazem uso seletivo de determinados fogos de artifícios, já existentes no mercado, que apenas produzem o efeito de um rastro colorido no céu, como se fosse uma “calda de cometa”, mas mesmo assim emitem um ruído com o acionamento da Pólvora de Projeção que lança este artefato em direção ao céu. Segundo o site, não existe no mundo uma nova tecnologia que elimine o ruído dos fogos de artifício, existem apenas fogos com menores decibéis, em torno de 70.

Fogos de artifícios principalmente os coloridos,  sempre terão ruídos, pois para lançar os fogos é preciso pressão e a expansão de gases provoca barulho.

Diante desses fatos, a cada ano esse tema ganha mais visibilidade, mas é preciso ações, é preciso políticas públicas. Cidades como João Pessoa deram exemplo na virada de ano e fizeram uma festa Réveillon silenciosa,  foram oito minutos de show pirotécnico, começando às 0h e a novidade foi o uso de fogos silenciosos, com o objetivo de respeitar pessoas com autismo e animais doméstico, que costumam ter sensibilidade acústica aguçada.

E você, o que acha ser necessário fazer para melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência, com transtornos como o Autismo,  Ligirofobia e demais, dos idosos e também dos animais para evitar situações graves e riscos sérios a saúde em épocas festivas?


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