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Eu te amo!, até que…

Eu te amo!, até que…
Maria Ofelia Fatuch
nov. 27 - 4 min de leitura
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Amor, “Eu te amo”, ao pronunciar essas palavras até quando?

Afetividades inconfundíveis, à boa mãe, pai, irmão e amigo

E o amor conjugal? Não distingue gênero! Você ama alguém e não a representação sexual. Nasce a admiração! 

Chega devagarinho com ternura

O pavão abre suas penas para encantar a fêmea. Todo animal precisa atrair o objeto amado. E o ser humano?Conquista e garante o sentimento infinito respaldado em quê?

O acasalamento era para simples procriação, substituído pelo tal do amor romântico

Na Bíblia Gênesis 2:24: “Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne” 

A Cinderela e o Príncipe encantado, o amor em um conto de fadas. Se a cinderela tivesse voltado para buscar o sapato não teria conhecido o Principe. Casualidade!

Freud atrelou a sexualidade a todos os afetos de forma neurótica

E se realizarmos um “check list” com quem gostaríamos de viver até eternidade. Mesmo com todos os prérequisitos preenchidos ao se unirem, não se tornarãoúnicos, como citado na Bíblia, as experiências sãodistintas, e as mesmas, serão ressignificadas conforme o que já foi vivido individualmente. Portanto, a mudança ao decorrer dos anos é inevitável

A escolha é feita em geral na juventude e falta experiência para compreender o que realmente importa

O ser humano é poligâmico, amor único é uma questão cultural. Os parceiros ajudam a vivenciar vazios e a plenitude.  É através do outro que sabemos quem somos! 

A capacidade de fazer luto, está ligada ao amor. A dor da perda se cura ao acolher novos afetos, sem apagar os que vieram antes.

Amar ensina a integrar passado e presente, permitindo que o velho amor coexista com o novo

O amor está popularizado, símbolo de status social e realização pessoal. É só abrir um aplicativo. A escolha é por “match”! Opa, engatilhado com um, e mais dois na sequência. Como construir oscilando? Precisa mergulhar na profundeza e enfrentar a correnteza

Amor não é algo inerente ao indivíduo. Aprende-se a amar. Não amamos alguém, amamos o que encontramos de nós nesse alguém. E de repente, o outro se desnuda, a fantasia desintegra, e se apresenta como ele mesmo e não como reflexo da nossa própria imagem

O amor é idealizado, portanto, inalcançável. Todo desejo acaba, quando é realizado.

Surge a família, filhos... Desculpa perfeita para o elo jamais ser rompido

E diante da promessa mais linda que alguém possa fazer a alguém e a mais intangível começa toda história de amor:

“Eu (nome do noivo ou da noiva) recebo a ti, (nome do noivo ou da noiva), como minha legítima esposa (ou meu legítimo marido). Prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te. Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da nossa vida”;

“Recebe esta aliança como sinal do meu amor e da minha fidelidade”

 

Freud chega a dizer que em todo relacionamento uma pessoa toma a outra como objeto sexual. Não erotizada.

Além desse, há um outro aspecto um pouco mais obscuro, mais discernível a partir da análise, Winnicott descobriu em seus tratamentos de criançascomportarem-se de forma malcriada justamente para saber se mesmo diante desses atos a mãe irá permanecer com eles, deve se concretizar através da ação de sustentar o bebê e de sobreviver a seus ataques

O primeiro espelho da criatura humana é o rosto da mãe: A sua expressão, o seu olhar, a sua voz. [...] E como se o bebe pensasse: Olho e sou visto, logo, existo! (Winnicott)

 

Portanto, você só saberá amar se ao nascer tenha sido amado

 

Explicar o inexplicável, o destino une de forma consensual indivíduos por atrair um saber que o outro desperta. E se for correspondido despertará o melhor da sua essência

 

Quem ama confere valor à vida. Amar é abrir mão da ilusão de completude e aceitar a dualidade

 

Felizes para sempre serão os que acreditarem no amor, em todos os recomeços, mesmo sabendo que amar é cair no abismo com ou sem paraquedas, dependerá de saber aciona-lo

 

Amor em sua essência, é a experiência mais profundamente humana que podemos viver

 

Sou como Vinícius de Morais no Soneto da Fidelidade: “Eu possa me dizer do amor (que tive)

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure”

 


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