Com o objetivo de incluir pessoas com deficiência auditiva e visual na maior festa cultural do país, a 5º edição do projeto ‘Samba com as Mãos’ disponibilizará vídeos com a tradução em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e audiodescrição dos 14 sambas enredos das agremiações que pertencem ao Grupo Especial de São Paulo. Os vídeos serão divulgados nas redes sociais e TVs dos camarotes durante as apresentações de cada escola de samba.
Para as pessoas com deficiência visual haverá audiodescrição dos desfiles, direto do sambódromo, pelas redes sociais da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED). Nos anos anteriores, pessoas de outros estados e de outros países acompanharam os desfiles e comentaram nas redes sociais sobre a iniciativa.
“O Carnaval, essa grande festa que faz parte da cultura brasileira, é um bom momento para aumentar a conscientização e sensibilização das pessoas sobre as questões relativas aos direitos das pessoas com deficiência. A atividade inclusiva é um grande estímulo para a participação deste público nas ações da cidade. Com o grande resultado obtido nas edições anteriores, queremos ampliar o projeto, e divulgá-lo para que mais pessoas participem e se emocionem”, afirma Cid Torquato, Secretário Municipal da Pessoa com Deficiência.
Preparativos
Os preparativos do projeto começaram bem antes. Na semana de 20 a 25 de janeiro, a Prefeitura de São Paulo reuniu um grupo de intérpretes de Libras e alguns surdos que fizeram as interpretações. Foram alguns dias de dedicação e empenho em pesquisas que demandam um esforço maior em sua tradução, já que os sambas-enredos, na maioria das vezes, usam palavras de origem africana e ditos populares, e isso exige do tradutor um trabalho em conjunto com o autor da letra para que nada se perca.
Após essa primeira etapa concluída, foi realizada a gravação da tradução dos enredos em estúdio. Os deficientes auditivos acompanharam tudo até a conclusão do projeto.
Na terceira etapa, houve o lançamento dos vídeos em Libras nas quadras de cada escola. Perto do Carnaval, os links com os vídeos das traduções dos sambas-enredos ficarão disponíveis no site e no Canal da SMPED no YouTube. Durante os desfiles os vídeos serão exibidos em telões no Espaço da Cidade, no Sambódromo do Anhembi.
Para Laila Sankari, que tem deficiência auditiva, o projeto “Samba com as Mãos” mudou seu conceito sobre carnaval. Ela afirma, que antes ia para o desfile ver carros alegóricos e fantasias, mas não entendia o que estava acontecendo. “Eu já participei das quatro edições anteriores e, com a criação do projeto “Samba com as Mãos” pela Prefeitura, minha visão mudou: com a tradução para Libras, tenho a oportunidade de acompanhar o contexto do que está sendo dito. Essa inclusão é emocionante!”, afirma.
De acordo com os dados revistos do IBGE, em 2017, no Brasil há 2 milhões de pessoas com deficiência auditiva e quase 7 milhões de pessoas cegas. Em São Paulo são 350 mil cegos e mais de 120 mil surdos. Além disso, 80% dos surdos no Brasil têm dificuldades de compreender o português.
Acessibilidade no Sambódromo
- O sambódromo possui lugares reservados para cadeirantes e seus acompanhantes.
- Pessoas com Deficiência têm direito a 50% desconto na aquisição de seu ingresso.
- Acompanhantes pagam o valor de meia entrada. Setores Disponíveis: A, B, C*, D, E, F e G. * Setor C disponível apenas arquibancada.
- O transporte para pessoas com deficiência será feito, nos dias dos desfiles, por Vans acessíveis do Serviço ATENDE, da Prefeitura de São Paulo, com operação prevista para o período das 18h às 8h, a partir dos seguintes pontos: Metrô Portuguesa Tietê até o Sambódromo e vice-versa; Pavilhão do Anhembi (estacionamento) até o Sambódromo (linha interna) e vice-versa; Posto da CET - Companhia de Engenharia de Tráfego, na Av. Olavo Fontoura.
Fontes: Prefeitura de São Paulo / SPTuris / Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo