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Autismo, Corpo, Comunicação Visual e Fala

Autismo, Corpo, Comunicação Visual e Fala
Maria Patricia
out. 16 - 2 min de leitura
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Eu não tive atraso na fala mas tive problemas de comunicação por achar que a fala é o único modo de comunicar-se. Muita gente acha que falar é se comunicar mas não são sinônimos.  Hoje sei que tenho algum problema motor na fala mas de tanto ouvir que eu não falava direito eu fui me calando. Fiquei conhecida como a tímida,  a que fala baixo e isso foi considerado normal numa menina. 

Fui evitando cada vez mais falar mas me comunicava através de desenhos, brincadeiras e mais tarde através da fotografia,  dança,  arte. Usava meu próprio corpo para expressar um sentimento.  Usava de uma estética de acordo com o que queria expressar.

Eu via isso como comunicação mas o mundo neurotipico me cobrava a fala.  Na juventude comecei o masking e passei a falar mais. Todos diziam que eu tinha sotaque e eu concordava porque me parecia uma boa saída social mas EU sabia que minha fala saía  na grande maioria das vezes sem emoção,  por mais que eu estivesse emocionada por dentro.  É uma fala monótona e hoje sei que é uma deficiência motora. 

Hoje não tenho vontade de mudar minha forma de falar.  Aprendi a me amar. Pode não ser a voz mais empolgante mas é a minha voz e eu sei transmitir minhas idéias através dela com ajuda  de modos de comunicação alternativas.  Meu corpo,  meu uso da luz e ângulos nas fotos que tiro transmitem uma mensagem aos mais sensíveis.  Sem falar na escrita que é onde me comunico melhor.  Com tpfas essas formas alternativas juntas penso que me comunico bem. 

Seria ótimo que a sociedade compreendesse que falar não é necessariamente estar se comunicando.  


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