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Forma TÍPICA e ATÍPICA do Transtorno do Espectro Autista

Forma TÍPICA e ATÍPICA do Transtorno do Espectro Autista
Paulo Noronha Liberalesso
jan. 6 - 3 min de leitura
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Em um grupo de familiares de pessoas com autismo, me fizeram uma pergunta a respeito da forma TÍPICA e ATÍPICA do Transtorno do Espectro Autista. E algumas mães me pediram para postar a resposta aqui também.

Estou explicando isso para não ficar uma coisa "sem pé nem cabeça" aqui...

______________________________________________

Segundo a CID 10, a codificação F 84.0 se refere a forma TÍPICA do transtorno do espectro autista.

Quando codificamos F84.1 estamos nos referindo a forma ATÍPICA do transtorno do espectro autista.

Bom, as diferenças entre a forma TÍPICA e a forma ATÍPICA são bastante claras, de modo que seu médico certamente levou isso em consideração para classificar a condição de seu filho.

Existem diversas ATIPIAS que tornam o autismo "atípico" como por exemplo os sinais e sintomas terem início mais marcante mais tardiamente, após os 3 anos de idade, a associação com outras condições genéticas etc.

Vou dar um exemplo: se uma criança tem síndrome de Down e transtorno do espectro autista, podemos codificar como uma forma atípica, pois provavelmente haverão sintomas e sinais que não se enquadrarão nos critérios clássicos do TEA.

Bom, um outro ponto que estou percebendo que está sendo confundido aqui é quanto à classificação da "gravidade"... uma coisa NÃO TEM NADA A VER COM A OUTRA, embora as formas ATÍPICAS de autismo sejam, geralmente, mais "graves" que as forma TÍPICAS.

Quando falamos em classificar a GRAVIDADE, atualmente usamos o seguinte critério: quanto mais DEPENDENTE de auxílio externo a criança é, maior a "gravidade".

Desse modo, classificamos a "gravidade" da seguinte forma:

NÍVEL 3 - EXIGE UM APOIO MUITO SUBSTANCIAL.

NÍVEL 2 - EXIGE APOIO SUBSTANCIAL.

NÍVEL 1 - EXIGE APOIO.

No NÍVEL 3, há grandes déficits na comunicação verbal e não verbal, causando prejuízos muito importantes no funcionamento social destas crianças.

No NÍVEL 2, a limitação provocada pelo comprometimento verbal e não verbal é menos significativa, mas a criança ainda precisa de bastante auxílio para a realização da maior parte de suas tarefas e precisa de muita mediação para iniciar as interação sociais.

No NÍVEL 1, ainda há déficits significativos na comunicação verbal e não verbal, mas as tentativas de interação social são mais efetivas, embora estas crianças ainda tenham muita dificuldade para MANTER interações mais duradouras com crianças de idade semelhante.

Esta classificação de "gravidade" que estou te mostrando aqui é a que estamos usando mais recentemente, pois é a que está descrita no DSM 5. Ela é muito boa e bem fácil de ser utilizada.

Eu SEMPRE sugiro que quando se elabora um laudo para crianças com autismo, que se evite colocar termos como "SUGERINDO AUTISMO", "APARENTEMENTE TRATA-SE DE AUTISMO", pois isso causa grandes confusões.

Ou seja, uma criança ou tem ou não tem autismo. Os laudos precisam ser muito claros, diretos e objetivos, no sentido de não restar dúvidas quanto ao diagnóstico, pois isso tem implicações legais e terapêuticas muito importantes.

Por favor, me desculpe eu me estender na resposta, mas é que me pareceu que estava havendo algumas dúvidas a respeito dos termos corretos que devem ser utilizados. É fundamental que as famílias tenham acesso à esse tipo de informação.

Abraços e fique com Deus.
Paulo.

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