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Praia acessível para todos

Praia acessível para todos
Simone Coelho
jul. 18 - 3 min de leitura
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Há 6 anos eu valorizo a sensação de cada mergulho, a possibilidade de abaixar e pegar algo que caiu e me esticar para alcançar objetos nas prateleiras mais altas. E juro que não é no sentido figurado.

Para essas grandes descobertas (essas e outras que ainda estão por vir) tenho o melhor professor: o meu marido. O Patric é cadeirante há 11 anos e leva a vida com a maior descontração. Vence dificuldades sem nem percebê-las e me faz prestar atenção de quanto o mundo ainda precisar caminhar pra igualdade.

Estamos juntos desde que nos conhecemos, há 6 anos, e levamos um vida normal, por mais que ninguém acredite. Ainda há muitos tabus quando o assunto é deficiência, mas é bem verdade que muitos lugares também não estão tão preparados assim. Verdade. Quer coisa mais simples do que ir à praia?

Meu irmão e minha cunhada moram em Santos e, sempre quando íamos visitá-los, ficávamos sentados no calçadão admirando a paisagem e contando os navios que chegavam no porto. Um programão em tanto para nós que adoramos uma boa conversa e a tranquilidade da brisa que vem do mar. Mas não dá para negar que gostoso que é sentir a água batendo em um belo dia de calor. O Patric tinha guardado esse gosto, quase adormecido, desde antes do acidente.

Descobrimos, por indicação da minha cunhada, o projeto praia acessível. O programa, ligado às prefeituras, já existe em alguns estados brasileiros nas temporadas de férias escolares de verão. E o processo é simples. Basta chegar até o posto de cadastramento, que fica na própria praia, e preencher uma ficha simples, daquelas que não tomam mais que 5 minutos. Depois, basta escolher a cadeira de praia adaptada para deficientes que as próprias pessoas do projeto ajudam na condução. É possível curtir o sol da areia e também mergulhar no mar. Os instrutores nos ajudaram muito com todo o processo porque a cadeira é pesada. Mas tiveram toda a paciência em auxiliar na condução até a água, a segurar forte contra a correnteza e amparar a nossa volta ao guarda-sol.

O ruim é que você só tem 30 minutos se houver muitas pessoas interessadas e que só dura o tempo das férias escolares de verão. Já estamos contanto os dias para o final do ano se aproximar, mas prometo não esperar tanto tempo assim para compartilhar com vocês outras experiências desse mundo sobre rodas.

 


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