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Por que usar órteses?

Por que usar órteses?
mai. 31 - 6 min de leitura
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Entenda um pouco sobre a importância do uso das "Órteses"

O termo órtese origina-se da palavra grega “Orthos” que significa direito, reto, normal. Através disso podemos definir órtese como um dispositivo exoesquelético que aplicado a um ou vários segmentos do corpo tem a finalidade de proporcionar o melhor alinhamento possível, buscando sempre a posição funcional, ou seja, a mais adequada. O tratamento com órteses pode ser definido como a aplicação de forças externas geradas por um aparelho utilizado pelo paciente. Embora, essa força seja elaborada biomecanicamente, também apresenta implicações neurológicas significativas, que resultam dos impulsos proporcionados ao SNC.

A órtese deve ser usada como um adjunto no processo de reabilitação, de modo que, uma órtese bem indicada, cuidadosamente elaborada e apropriadamente ajustada, com freqüência favorece o tratamento terapêutico. Entretanto, devemos considerar que o programa de exercícios terapêuticos, aliado à intervenção com órteses, precisam abordar os mesmos problemas e devem ser direcionados para o mesmo resultado, tanto biomecânico quanto neurológico.

As finalidades principais das órteses, entre outras, são;

✔ Evitar o aparecimento de deformidades,
✔ Corrigir deformidades já existentes passíveis de correção,
✔ Bloquear e evitar movimentos anormais e reduzir, por seu uso bem indicado e constante.

As órteses em geral, podem atuar de três maneiras:

✔ Prevenindo movimentos não desejados,
✔ Estabilizando ou restringindo a linha de movimento de uma ou mais articulações; através da correção da deformidade;
✔ Ou ainda através do alívio total ou parcial do peso corporal ou da articulação.
Em outras palavras, tanto nas mãos, como nas pernas e pés, as órteses vão atuar evitando que os músculos fiquem encurtados, que a amplitude do movimento diminua tanto para membros superiores (braços e mãos) quanto para os membros inferiores ( pernas e pés) o que inviabilizaria um bom movimento para executar as tarefas que a criança precisa executar para se desenvolver, como levar a comida a boca, escovar os dentes, caminhar, etc. Entenda que, por exemplo, se a criança é espástica e mantem o pé por muito tempo em extensão, aos poucos aquela articulação vai ficar cada vez mais endurecida e os músculos cada vez mais fracos para fazer o movimento de correção e a órtese ajuda ou facilita a postura correta.
Os pacientes que apresentam paralisia flácida ou fraqueza necessitam de um aparelho de menor suporte que mantenha o pé na posição neutra, já um portador de espasticidade, o qual há flexão plantar e inversão, exige controle mais rígido.

⚠️As ÓRTESES podem ser classificadas como rígidas, semi-rígidas, articuladas e de reação ao solo, que serão utilizados de acordo com a condição clinica da criança.

🔴ÓRTESES rígida não permite movimentos na articulação do tornozelo, porém mantém preservada a flexibilidade na região anterior do pé, indicados para pacientes com espasticidade grave ou em situações de deformidades já instaladas em equino ou equino varo ( pé apontando para baixo).

🔴ÓRTESES semi-rígido permite algum grau de dorsiflexão passiva e limita completamente a plantiflexão, mantendo em posição neutra as articulações do joelho e tornozelo. São indicados para pacientes que apresentam uma espasticidade leve ou moderada que também apresentam deformidade em equino ou equino varo.

🔴ÓRTESES articuladas permite movimentos controlados de flexão plantar e dorsal indicado para pacientes que realizam marcha e apresentam movimentos de dorsiflexão de forma passiva.

🔴ÓRTESES DE reação ao solo apresenta rigidez na região do antepé, tornozelo em posição neutra ou pequena flexão plantar e apoio na região anterior da perna. Indicado para pacientes dipa réticos que apresentam marcha com flexão de joelho, tornozelo em flexão plantar, conhecida como marcha em “tesoura” e que possuem fraqueza dos músculos sóleo e gastrocnêmio ( batata da perna, como costumam falar!!!).
A correta prescrição, colocação e utilização dessas órteses são fatores primordiais para atingir os objetivos desses pacientes. Para a prescrição da órtese devem ser levadas em consideração as condições clinicas e transtornos mecânicos que comprometem a função do indivíduo, o tempo previsto de uso, ambiente e recursos financeiros. A avaliação da adaptação do paciente e a função que ele apresenta durante sua utilização são de extrema importância. Os aspectos psicossociais também irão influenciar nos benefícios que a órtese proporcionará. Tratando-se de crianças, a capacidade dos pais ou cuidadores de compreender como colocar, utilizar e manter o equipamento fará com que com que os objetivos sejam mais bem atingidos. Quando os pais percebem a melhora na função e compreendem a importância da utilização, a probabilidade de adesão da órtese é maior, intensificando os benefícios. Além de o conforto ser um pré-requisito, as forças devem ser aplicadas de forma eficaz, para obter os benefícios terapêuticos do equipamento, sendo necessária correta confecção e possibilidade de colocar a órtese de forma adequada para atingir os objetivos. Por isso sempre que houver dúvidas em relação a utilização, os pais devem perguntar ao médico ou fisioterapeuta sobre a colocação, o tempo de utilização, os momentos em que devem ser usadas ou não.

Vários estudos publicados apontam para o benefício do uso das órteses pelas crianças com de Paralisia Cerebral, um deles: 

🔴EFEITOS DO USO DE ÓRTESE NA MOBILIDADE FUNCIONAL DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL: conclui que, Os achados desse estudo indicaram benefícios com a utilização das órteses suropodálicas observados no domínio da Atividade e Participação, pela melhora do desempenho de atividades típicas da infância como correr, abaixar, durante as transferências de posturas e na locomoção em ambiente externo, observados pela utilização do GMFM e da entrevista com os cuidadores. Tal efeito funcional pode ser resultado de uma maior estabilidade do pé devido ao maior grau de dorsoflexão na fase de contato inicial da marcha dessas crianças (posição de ajuste máximo da articulação) e posicionamento plantígrado durante a fase de apoio da marcha, observados pela utilização da PRS, que ilustram os efeitos também no domínio da Estrutura e Função do Corpo. Os resultados desse estudo reforçam a indicação das órteses suropodálicas como auxiliares a outras técnicas de tratamento da criança PC, que têm como objetivo melhorar a qualidade da locomoção e facilitar a mobilidade funcional.


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