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Músicas trazem 13 emoções distintas para os Autistas

Músicas trazem 13 emoções distintas para os Autistas
Jacson Marçal
mai. 24 - 4 min de leitura
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Pesquisadores de psicologia da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA) entrevistaram mais de 2.500 pessoas nos Estados Unidos e China sobre as repostas emocionais a milhares de músicas de todos os gêneros: rock, folk, jazz, clássica, banda marcial, experimental e heavy metal.

Enquanto o hino nacional dos EUA, “The Star-Spangled Banner”, provoca orgulho, a música “The Shape of You” de Ed Sheeran causa alegria. Já “Careless Whispers” de George Michael tem poder sedutor (para escutar essas músicas, veja abaixo).

Assim, eles conseguiram mapear 13 sensações diferentes: diversão, alegria, erotismo, beleza, relaxamento, tristeza, devaneio, triunfo, ansiedade, medo, aborrecimento, incitação e empolgação.

“Imagine organizar uma biblioteca massivamente eclética por emoções e captar a combinação dos sentimentos associados com cada faixa. Isso é essencialmente o que o nosso estudo fez”, diz o autor principal, Alan Cowen, doutorando em neurociência.

Os resultados do trabalho devem ser publicados ainda nesta semana na revista Proceedings of the National Academy os Sciences.

Cowen traduziu esses dados em um mapa de áudio interativo, em que o usuário vai passando o cursor nas áreas de diferentes emoções e pode ouvir várias amostras curtas das músicas avaliadas pelos participantes do estudo.

“Nós documentamos rigorosamente a maior constelação de emoções que são universalmente sentidas através da linguagem da música”, afirmou outro pesquisador do trabalho, Dacher Keltner, professor de psicologia da Universidade.

Esta pesquisa pode ser aplicada em diferentes áreas. Uma delas seria na criação de terapias psicológicas e psiquiátricas projetadas para evocar um determinado sentindo. Outra seria permitir que serviços de streaming como o Spotify ajuste seus algoritmos para satisfazer a vontade musical dos clientes.

Os participantes tanto dos EUA quanto da China identificaram emoções semelhantes quando ouviram certas músicas, mas os dois grupos divergiram quanto à qualidade da emoção: cidadãos de um país diziam que determinada música dava medo, mas de uma forma positiva, enquanto cidadãos do outro país sentiam medo de forma negativa.

“Pessoas de diferentes culturas podem concordar que uma música traz raiva, mas podem discordar se este sentimento é positivo ou negativo”, explicou Cowen, destacando que valores positivos e negativos, conhecidos na psicologia como “valência”, são mais específicos de cada cultura.

Os participantes dos dois países também apresentaram opiniões diferentes sobre o nível de excitação provocada por uma música. Ela poderia ser mais calma ou mais estimulante dependendo da cultura do participante.

As amostras de músicas foram retiradas de vídeos de YouTube, incluindo cenas de filmes.

Os participantes deste estudo foram recrutados por uma plataforma de crowdsourcing de trabalho virtual chamada Amazon Mechanical Turk. Eles classificaram 40 amostras de músicas com base em 28 categorias de emoções, além de uma escala de positividade e negatividade, e também em níveis de excitação.

Utilizando análises de estatística, os pesquisadores chegaram às 13 categorias gerais de experiência que eram preservadas nesses dois grupos culturais e que correspondiam a sentimentos específicos, como ser deprimente ou sonhador.

Para confirmar esses dados, cerca de mil pessoas dos Estados Unidos e da China classificaram mais 300 amostras de músicas ocidentais e chinesas. As respostas deste grupo validaram a hitóteses das 13 categorias.

“A música é uma linguagem universal, mas nem sempre prestamos atenção suficiente no que está sendo dito e como está sendo compreendido. Nós queríamos dar um importante primeiro passo para resolver o mistério de como a música pode evocar tantas emoções com nuances”, diz Cowen. [ Medicalxpress ]


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