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Post 15-Epilepsia Ausência da Infância - Diagnóstico e Tratamento

Post 15-Epilepsia Ausência da Infância - Diagnóstico e Tratamento
Paulo Noronha Liberalesso
mar. 31 - 3 min de leitura
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Post 15-Epilepsia Ausência da Infância - Diagnóstico e Tratamento

O eletrencefalograma é fundamental na investigação, pois a presença dos paroxismos epileptogênicos generalizados de espícula onda com frequência igual ou superior a 3 Hz são patognomônicos desta síndrome epiléptica e firmam definitivamente o diagnóstico.

No início de uma crise de ausência, a frequência das descargas de espícula-onda é em torno de 3 a 4 Hz e ao final da crise, em torno de 2,5 Hz, demonstrando haver discreta redução na frequência das descargas durante o evento ictal.

Há relatos na literatura da coexistência de duas síndromes epilépticas com componente genético. Desse modo, em um mesmo registro de eletrencefalograma é possível se observar descargas compatíveis com epilepsia ausência da infância e com epilepsia rolândica.

A presença de atividade delta rítmica intermitente em região occipital (OIRDA – Occipital Intermittent Rhythmic Delta Activity) é considerada um indicador de bom prognóstico, reduzindo o risco de associação com crises generalizadas tônico-clônicas.

Os exames de neuroimagem devem ser realizados rotineiramente, embora sejam sempre normais.Todas as crianças com diagnóstico de epilepsia ausência da infância necessitam ser tratadas com drogas antiepilépticas, uma vez que há elevada recorrência das crises de ausência.

As drogas de primeira escolha são etossuximida, valproato de sódio, divalproato de sódio e lamotrigina.

Deve-se dar preferência a etossuximida nos casos em que há exclusivamente crises de ausência e deve-se dar preferência a outras drogas antiepilépticas nos casos em que há associação de crises de ausência e crises tônico-clônica generalizadas.

O exato mecanismo de ação do valproato de sódio não é totalmente conhecido, embora seus efeitos antiepilépticos provavelmente estejam relacionados à sua capacidade de modulação da condutância dos canais de sódio e ao aumento da inibição mediada pelo neurotransmissor ácido gama-amino-butírico.

A etossuximida, embora seja a droga antiepiléptica mais eficaz no tratamento específico das crises de ausência, não tem 
eficácia comprovada contra outros tipos de crises epilépticas nem parciais e nem generalizadas. É uma droga muita bem tolerada pela maior parte das crianças, embora algumas possam se queixar de desconforto gástrico.

Lamotrigina é considerada droga de primeira linha no tratamento da epilepsia ausência da infância. Os mecanismos de ação da lamotrigina ainda não são completamente conhecidos, mas destaca-se sua capacidade em reduzir os níveis centrais de neurotransmissores excitatórios como o glutamato e o aspartato, além de seu efeito estabilizador sobre os canais de sódio voltagem-dependente.

Em casos de epilepsia ausência da infância de difícil controle, pode ser necessária à associação de mais de uma destas medicações e, ocasionalmente, de benzodiazepínicos. Ressaltamos que os benzodiazepínicos devem ser considerados sempre drogas de adição e nunca utilizados em monoterapia.

Nos últimos anos, têm surgido relatos de tratamento de crises de ausência com topiramato em monoterapia sendo, contudo, necessário mais estudos e maior tempo de acompanhamento destas crianças para que esta droga possa ser considerada de 
primeira linha nessa síndrome epiléptica.


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