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Autismo passeando da tranquilidade a falta de senso do perigo.

Autismo passeando da tranquilidade a falta de senso do perigo.
Jacson Marçal
jul. 13 - 3 min de leitura
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Era um dia comum, tinha acordado às 07:00 como de costume, esse dia estava muito animado, queria muito ir comprar Pão e Pão de queijo tomei banho escovei os dentes. Chamei minha noiva para ir comigo, estava voltando a dirigir depois de um tempo sem andar de carro sozinho, como seria rápido eu não tomei meus remédios para ansiedade, agitação e nem estômago, iria tomar quando chegasse.

Bem no caminho eu notei que o trânsito estava um pouco mais puxado, que as pessoas estavam correndo, eu já não me sentia muito bem, muita agitação externa, muito movimento, resolvi fazer meu processo de calma levantar os vidros e ligar o ar condicionado no 2 com a música normal da rádio de costume. Ao chegar na panificadora, que fica em outro setor, cerca de 8km de onde eu moro, logo fiz o pedido, porém achei o ambiente muito cheio, fiquei bastante inquieto, mesmo assim após 10 minutos tinha conseguido comprar meu lanche da manhã.

Ao retornar, em uma primeira rotatória,  observei um motorista na minha frente com o carro de som muito alto, aquilo já me deixava bastante estressado, na segunda rotatória que seria a mesma que eu iria virar ele entrou de uma única vez passando no meio dela onde ele acabou derrubando um senhor da moto.

Sem pensar duas vezes eu anotei a placa do motociclista e logo acelerei atrás do carro que o derrubou, meu carro como tem um motor potente, 1.9, 16v logo consegui chegar perto do seu carro, foi então que joguei o carro na frente dele e pedi para ele retornar e ajudar o senhor que tinha derrubado, o rapaz se assustou e disse que não iria voltar, foi então que senti minha noiva me puxado, pedindo para acalmar, ele saiu em fuga eu continuei atrás até anotar a placa, chegando em casa eu busquei pela placa, paguei a consulta e passei os dados para o motociclista que me agradeceu muito e iria entrar com processo.

Bem, para alguém animado ou algum Autista essa minha reação seria normal, porém foi totalmente irracional. *Eu estava com minha noiva no banco do passageiro.

*Eu estava alterado precisando da medicação.
*Eu não tinha nenhuma noção de perigo sobre minha ação.
*Eu não percebi no primeiro momento o risco que poderia correr caso motorista estivesse armado.
*Eu não calculei outras possibilidades como apenas anotar o número ao invés de fechar o outro motorista.
*Eu não tive medo em momento algum. Como já expliquei aqui várias vezes, o autista pode agir de maneira própria, muitas vezes a noção de senso de perigo pode afetar suas rotinas e também suas ações, devemos sempre observar essas variações mesmo que pequenas.

Após esse ocorrido eu não ando mais sozinho de carro e fiquei com a observação de acompanhante para passeio, viagens e atividades o que gerou uma reflexão maior além do já enquadramento do meu autismo no nível moderado. Tenha ciência da suas responsabilidades e tente gradativamente pensar mais antes de agir gerindo melhor suas escolhas e ações.

Autista Savant Jacson Marçal

@jacsonfier nas redes sociais.

 


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