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Aulas de Educação Física e a Construção de Conhecimento

Aulas de Educação Física e a Construção de Conhecimento
Fernando Toledo Cardoso
ago. 19 - 5 min de leitura
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Olá Galera do Mundo Adaptado, hoje iremos falar da área do conhecimento Educação Física, no qual sou especialista.

A Educação Física na escola ainda hoje permanece atrelada a prática pedagógica que exclui os menos aptos fisicamente com conteúdos e estratégias que se confundem. Assim sendo, o presente ensaio procura apresentar a crise do paradigma dominante da Educação Física e o paradigma emergente: o conceito da Cinesiologia Humana, com as ideias Freireanas com ênfase nas categorias da Pedagogia da Autonomia e que oferecem grandes contribuições para a prática pedagógica, inclusive para o professor de Educação Física.

A Educação Física que também é um componente curricular de acordo com a LDB (BRASIL, 1996), incluída na base Nacional comum no ensino fundamental e médio e, portanto, com a mesma importância que os clássicos, devemos possibilitar os (as) alunos (as) estudar e aprender conhecimentos relacionados com essas áreas específicas. Da mesma maneira Mariz de Oliveira (2006, p.6) afirma que:

Considerar a Educação Física escolar independente dos níveis de ensino, nos dias de hoje é com certeza um grande desafio, por conta de uma diversidade de entendimentos, práticas pedagógicas e abordagens conflitantes e contraditórias sobre a área. Para a sociedade em geral e grande parte da comunidade escolar, na educação física é o momento mais aguardado para alguns alunos (as) como o mais odiado para outros (as), estabelecendo assim uma crise do paradigma dominante desta Educação Física.

Estabelecendo uma relação com as ideias de Boaventura Souza Santos (2010) há diversos sinais de que o paradigma dominante atravessa uma crise que, além de profunda, é irreversível. Na Educação Física a crise do paradigma dominante se dá por conta de várias evidências, legais, factuais e sociais. Apesar de incluída na LDB de 9394/96 a redação como componente curricular a Educação Física ainda traz claras evidências de um tratamento e entendimento diferente dos demais componentes, sendo, “sua prática facultativa ao aluno (I) – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; (II) – maior de trinta anos de idade; (III) – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática da educação física; (VI) – que tenha prole”. Para Mariz de Oliveira (2006):

Se depender do senso comum da maioria da população, e dos legisladores e executivos em geral, vamos ter de abordar, aqui sim e muito, pela sua presença num próximo documento legal. O atual já a tornou facultativa em várias circunstâncias e também nos períodos noturnos de aulas. E por que será? Aquela maioria da população, incluindo os integrantes dos poderes legislativo e executivo, invariavelmente envolveu-se com aulas de Educação Física na escola, frequentando-as ou solicitando dispensa das mesmas. Dispensa de aulas? O que é isso? Alguém é dispensado de aulas de Matemática, Língua Portuguesa, Geografia, História, Física, Química, Ciências...? A Educação Física é menos importante que esses outros componentes curriculares? (OLIVEIRA, 2006).

É de suma importância fazer o aluno entender que o respeito ao próximo sempre irá vim como alicerce de uma prática esportiva.

A aula de Educação Física não é constituída de momentos de autênticas experiências de movimentos que expressam a totalidade do homem. O que se observa, na verdade são atividades que disciplinam o corpo, pois os movimentos são mecânicos, repetitivos, isolados, sem sentido para o aluno, dissociados de afetos e lembranças, presos a padrões e transmitidos por comando pelo professor (GONÇALVES, 1994).

As escolas devem estar preparadas para um novo olhar voltado a Educação Física, um olhar amplo que será destinado a todos.

Já que o esporte na escola tem por fundamento a abordagem da compreensão de jogos, onde todos e cada um dos alunos podem participar na tomada de decisões. O ensino dos esportes progride por meio da tática de jogo, ao invés das habilidades técnicas esportivas; baseia-se em argumentos táticos, onde os alunos reconhecem que os jogos podem ser interessantes, agradáveis, quando auxiliados e encorajados a tomar decisões baseados na consciência tática (MENEZES, CAPISTRANO, SOUSA, 2007, p. 96).

Educação Física escolar deve sempre ir além apenas da competição, deve trazer conceitos importantes sobre equidade e diversidade humana.

As aulas de Educação físicas devem ser planejadas pensando na inclusão de todos os alunos independente do ano ou idade. Quebrar com o paradigma instituído que só alguns têm habilidade e transformar as aulas em momentos de prazer, crescimento e integração. Há, portanto de se compreender que é preciso que o educador sintetize seu aprendizado no que diz respeito ao ensinar, ele precisa saber que ensinar é transferir conhecimento, criando possibilidades para sua produção ou sua construção no aprendizado do aluno. Portanto, afirma Paulo Freire “ que forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado.” ( p.23).

Ao descobrir a arte de ensinar podemos deflagrar no aprendiz uma curiosidade crescente fazendo com que ele se torne cada vez mais criador de sua própria história e de seu aprendizado.

 


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